A Justiça Sistémica possibilita uma nova abordagem centrada na construção de uma cultura de pacificação individual e social que passa por um olhar atento para a resolução dos conflitos a partir da sua origem e pela compreensão dos fatores que influenciam o comportamento humano.  

Estes princípios atuam silenciosamente em todos os nossos relacionamentos e quando violados, desencadeiam desordens que afetam o sistema como um todo. Pelo contrário, quando são restaurados, promovem harmonia, permitindo que cada indivíduo siga o seu caminho livre do peso e das dores herdadas do passado. 

O direito sistémico vê as partes em conflito como elementos interligados dentro de um mesmo sistema e reconhece que cada indivíduo pertence simultaneamente a múltiplos sistemas — familiares, profissionais, culturais, religiosos — e que qualquer solução eficaz deve ter em conta estas dinâmicas invisíveis. Desta forma, procura não apenas resolver disputas pontuais, mas restaurar o equilíbrio, promovendo uma justiça mais humanizada e sustentável. 

Esta visão acompanha e impulsiona uma época de viragem da sociedade, guiada pela humanização da justiça. Essa transformação envolve não apenas uma nova abordagem por parte dos diferentes intervenientes e entidades que a compõem e apoiam, mas também a evolução dos sistemas de controlo, prevenção e integração social, sempre com foco na dignificação do Ser Humano.